sábado, 2 de abril de 2016

A MENTIRA TEM PERNAS CURTAS!

O
dia 1 de abril, é visto por muitos como o dia da mentira. Muitas brincadeiras e anedotas são criadas em comemoração a este dia. Infelizmente a mentira é algo que está alicerçado na natureza humana desde a sua queda. A mentira teve seu nascedouro no Jardim do Éden, quando o diabo, o pai da mentira, seduziu a Eva para pecar contra Deus comendo do fruto proibido. Satanás lubridiou a Adão e Eva, dizendo que se comessem do fruto seriam como Deus, conhecedores do bem e do mal (Gn.3.5). A partir da desobediência de Adão e Eva, tudo mudou, a natureza foi afetada, o ser humano experimentou o pecado e experimentaria por todas as gerações a dura realidade da morte (Rm.5.12; 6.23). Não é a toa que Satanás recebeu o título de pai da mentira (Jo.8.44). Sendo um ser inteligente e sagaz, ao longo dos séculos ele tem roubado matado e destruído vidas através da mentira.
             Vivemos numa nação, onde infelizmente o estilo de vida de muitas pessoas está ligado e alicerçado à mentira. Muitos se promovem e ganham espaço em suas realizações pessoais investindo na prática da mentira. A mentira é uma prática que se encontra em voga hoje nos discursos políticos e religiosos. Quando a mentira vem de “cima” a coisa fica feia, pois há uma tendência das massas assumirem o exemplo de seus liderados. O profeta Oséias denuncia esta realidade dizendo: “Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel, porque o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra, porque nela não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus. O que só prevalece é perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios... Todavia, ninguém contenda, ninguém repreenda; porque o teu povo é como os sacerdotes aos quais acusa....” (Oseias 4.1,2,4). Esta “contenda” de Deus contra o pecado das autoridades e da sociedade é notória também em nossos dias. Precisamos orar para que a verdade do evangelho liberte o nosso povo da mentira e do engano, e que a mudança comece das autoridades constituídas, sejam elas políticas ou religiosas.
             Há um arcabouço de práticas que envolvem a mentira: adultério, corrupção, roubo, maledicência, hipocrisia, religiosidade, etc. Todas estas práticas levam as pessoas a se afastarem de Deus e receberem pelos seus atos a devida punição. Quando mentimos ferimos a nós mesmos. Em Pv.12.22 está escrito:  “Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor; mas os que praticam a verdade são o seu deleite.” O Sl.101.7 diz  “o que usa de fraude não habitará em minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos.” A parte que cabe aos mentiroso, segundo as Escrituras, é o lago de fogo e enxofre a saber, a segunda morte (Ap.21.8). O inferno será uma realidade para quem “ama e pratica a mentira” (Ap.22.15). Ou seja, amar e praticar a mentira envolve um estilo de vida, uma prática de vida. Se de fato somos filhos da luz, se já conhecemos a liberdade em Cristo (Jo.8.32), temos que romper com qualquer prática que envolva a mentira. Em linhas gerais, pode-se mentir de duas formas:
             a) Com as pessoas: pode se usar a mentira nos relacionamentos que envolvem: cônjuge, pais, filhos, amigos, patrão, líderes, professores, liderados, autoridades, etc. A mentira aqui pode ocorrer na maneira como nos comunicamos ou mesmo como nos comportamos. Por isto Paulo adverte: “Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo, pois somos membros uns dos outros.” Ef. 4:25; “Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos..” Cl..3.9. – Não mentir às pessoas é um importante mandamento recíproco que preserva a comunhão e a integridade dos relacionamentos. A mentira nos relacionamentos gera desconfiança, rouba a credibilidade e promove a dissenção.
             b) Na maneira de viver: a mentira pode vir acompanhada pela hipocrisia e demagogia. A hipocrisia consiste na arte de se usar máscaras no palco da vida. Este tipo de mentira é comportamental, é cheia de aparatos e expressões superficiais que não convencem por não serem genuínas e nem demonstradas nas atitudes. Literalmente é usar máscaras.  A demagogia, por sua vez é a arte de conduzir as pessoas a uma falsa situação, ou seja, consiste em propor algo que não pode ser posto em prática, visando benefícios ou compensações pessoais. Cabe a nós fugirmos deste tipo de comportamento, e buscarmos em nosso dia-a-dia o espaço da confissão, onde nossas máscaras caiam e imagem de Jesus se renove em nós a cada dia.
 Uma das coisas que Deus mais honra é a sinceridade do seu povo, sinceridade esta que desemboca em arrependimento e em busca por Deus. A sinceridade é irmã da verdade. Ambas se complementam. Portanto, assuma, custe o que custar, a verdade em sua vida. Deixe as máscaras caírem. Assuma seus erros e pecados perante Deus e caminhe numa vida de sinceridade e transparência tanto para com Deus como para os homens. Lembre-se: Deus prefere a oração de um publicano pecador que não tem nada a oferecer do que a oração de um fariseu arrogante que não precisa de arrependimento (Lc.18.,11 e 13). Em toda a nossa maneira de viver não há como mentir prá Deus, Ele perscruta toda a nossa vida, Ele é onisciente e onipresente, sabe tudo e está em todos os lugares, não há como se esconder dele. Inclusive, ele nos adverte que tudo o que está oculto há de ser revelado (Lc.12.2).
Queridos, que todos os dias sejam pra nós, dias onde a verdade esteja impregnada em nossas mentes e corações. Vamos nos alimentar da verdade (Sl.37.3); vamos andar na verdade (Sl.86.11); vamos comprar a verdade e não vende-la de forma alguma (Pv.23.23). Que o Deus da verdade nos use como instrumentos para libertar as pessoas das garras da mentira. Amém!
Rev. Gilberto Pires de Morae

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