quinta-feira, 18 de outubro de 2012


O DESAFIO DE SER UMA IGREJA SIMPLES!

Nos últimos meses algumas perguntas tem dominado meu coração no que concerne ao papel e relevância da igreja em nossos dias. Dentre estes questionamentos fiquei a pensar qual seria a opinião de Cristo quanto a relevância da nossa agenda eclesiástica e das atividades que desenvolvemos na Igreja. Será que aquilo que fazemos na igreja hoje reflete o ideal de Deus em Cristo? O que Jesus mais valorizou em seu ministério? O que deveríamos valorizar mais?
Jesus viveu intensamente seus três anos de ministério atingindo publicamente as multidões, das quais ele ensinou, alimentou e curou. Também desenvolveu um ministério particular, que se destacou no discipulado de Doze homens que posteriormente viriam a transformar o mundo. O legado deixado por Jesus se perpetuou ao longo dos séculos, pois seus seguidores entenderam a estratégia do discipulado utilizada pelo Mestre. Andar com as pessoas e amá-las foi a estratégia simples utilizada por Jesus. Foi por meio deste amor que a simplicidade do evangelho transformou o mundo.
Os judeus possuíam um código de leis que constava de 613 prescrições. Eles escolheram o número 613 porque este era o número de letras do texto dos dez mandamentos. Dividiram esta lista em dois tipos: mandamentos afirmativos (faça isso) e mandamentos negativos (não faça isto). Havia 248 mandamentos afirmativos e 365 mandamentos negativos, uma para cada dia do ano. Quando questionado qual seria o maior mandamento, Jesus foi simples e categórico: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os profetas (Mt.22.37-40). Percebam que diante de um código de leis extenso, Jesus descomplica, transformando o complexo em algo simples e prático. 
        Muitas igrejas hoje estão congestionadas de atividades que não cumprem o ideal da Grande Comissão (Mt.28.18-20). Regularmente vemos atividades que não tem nenhum vínculo com a evangelização e com a edificação de vidas. Muitos crentes por se acostumarem com esta estrutura eclesiástica tornam-se apenas receptores e consumidores de cultos e programas da igreja, mas não experimentam a dinâmica do discipulado em suas vidas. Tornam-se fracos na Palavra e quase não existe em suas vidas nenhuma dinâmica de evangelismo e discipulado.
Uma igreja simples e focada na missão de Cristo deve se preocupar simplesmente em vivenciar três princípios: Amar a Deus; Amar ao próximo e servir ao mundo. De forma prática estes princípios podem ser vivenciados da seguinte forma: a) O amor a Deus pode ser focado em nossas celebrações dominicais através de cultos inspirativos onde as pessoas celebrem o senhorio de Jesus em suas vidas. Estes cultos devem ser teocêntricos, onde Deus se torna a plateia e nós os artistas. Ou seja, oferecemos a Deus as primícias da nossa vida, o que temos de melhor, pois ele é um Deus santo e tremendo; b) O amor ao próximo só pode ser demonstrado se houver ajuntamento, se houver comunhão. Esta comunhão para ser profunda deve ser informal, espontânea e perseverante. A comunhão ocorre em grupos que se reúnem para refletir, estudar e aplicar as Escrituras em seu cotidiano, exemplo: Escola Dominical e grupos familiares; c) Servimos ao mundo como resultado natural da contemplação do Deus santo e do amor ao próximo. O serviço é fruto de uma vida voltada para Deus e para o outro. Nesta ordem de fatores o crente que ama a Deus, que ama ao seu próximo, sentirá naturalmente o desejo de servir ao mundo, evangelizando e discipulando pessoas através dos seus dons e talentos (Ef.4.12).
Uma igreja simples pode ser definida como “uma congregação organizada em torno de um processo objetivo e estratégico que conduz as pessoas através dos estágios do crescimento espiritual”. Deus não fica satisfeito quando cuidamos de atividades medíocres em vez de fazermos discípulos. Não adianta cumprir rituais e programas eclesiásticos, se vidas não são transformadas. Deus deseja uma igreja simples, cuja filosofia de ministério seja clara, alinhada e focada.
Em suma, precisamos fugir da aglomeração de programas e atividades sem lógica e propósito e alinharmos nossa agenda a algo que glorifique a Deus e edifique vidas. Com certeza esta atitude revolucionará a igreja, e nos fará mais felizes e relevantes em nossa geração.
Ore para que o Espírito Santo nos encoraje a adotar este estilo simples de ser igreja, e que cada crente da igreja local sinta-se importante no desafio da grande comissão. Que assim seja, em nome de Jesus.
Rev. Gilberto Pires de Moraes

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A IMPORTANCIA DA ORAÇÃO PARA EDIFICAÇÃO DA IGREJA!

Recentemente, em algumas de minhas preleções, fiz um comentário sobre a oração afirmando que ela é “a cinderela” da igreja. Ou seja, em algumas situações, assim como a história de Cinderela, a oração é desprezada por algumas “madrastas”, que a colocam em segundo plano, não dando o valor que ela merece.
Os momentos de oração, sejam eles pessoais, entre você e Deus no quarto, no âmbito familiar ou comunitário, quando realizados com as motivações corretas e com corações sedentos produz resultados maravilhosos. Estes resultados são notórios no suprimento de necessidades físicas, materiais, emocionais, existenciais e espirituais de cada um de nós.
Um crente que ora, uma família que ora, uma liderança que ora, uma igreja que ora, com certeza experimentarão a manifestação da graça e do poder de Deus. A natureza desta oração não deve ser utilitarista, mas deve ser acima de tudo afetiva, fruto de um relacionamento aberto e transparente com Deus.
Geralmente pessoas que possuem intimidade com Deus em oração, são pessoas que valorizam também a oração intercessória em grupo. A igreja primitiva experimentou a graça e a unção de Deus em momentos críticos de perseguição e opressão. Até um terremoto ocorreu devido ao fervor e unção de uma reunião de oração (At.4.31).
Em todos os aspectos precisamos desfrutar deste meio de graça maravilhoso que é a oração. A prática da oração envolve vários fatores: adoração, ações de graças, petição, confissão de pecados, intercessão, silencio, extravasamento. A prática da oração é um santo estimulante para a alma. Quando oramos em secreto perante o Senhor, temos a oportunidade de eternizar momentos sublimes na presença de Deus. Nestes momentos podemos sondar nossa alma, e receber de Deus uma radiografia da alma, discernindo assim o caminho que devemos seguir.
A oração em família é outra benção maravilhosa. Como família enfrentamos diariamente muitos desafios, os quais devem ser postos no altar de Deus pelos cônjuges, pais e filhos. Situações corriqueiras do dia-a-dia que sugerem aprendizado e correção devem ser utilizados para compartilharmos em família e orarmos. O culto doméstico é uma benção da qual precisamos lutar para exercitar em nossos lares.
A oração como igreja, de forma coletiva ou em pequenos grupos, também é uma prática que produz muita edificação para o Corpo de Cristo. Encontros de oração podem envolver grupos específicos com fins específicos. Deus deseja vem uma igreja em oração, a começar de sua liderança. Pastores, presbíteros e diáconos devem honrar a prática intercessória em suas vidas e ministério. Da mesma forma as lideranças dos deptos. Internos e ministérios da igreja devem honrar a oração; professores da Escola Dominical devem envolver seu ensino com muita oração pelo que é ministrado como pelo bem estar integral de seus alunos.
Queridos, não desprezemos a oração. Não faça pouco caso da pratica intercessória. Honre e priorize uma vida de oração, de forma pessoa, familiar e comunitária. Que Deus conceda a nós como igreja o privilégio de desfrutar da pratica da oração. Que possamos celebrar seus resultados. Que o Deus de toda graça nos ensine a orar de forma pessoal, familiar e comunitária. Orai sem cessar!
Rev. Gilberto Pires de Moraes.