sábado, 25 de dezembro de 2010

O Pastor e sua família: cuidado com a manutenção!

Ser pastor constitui-se numa benção, num privilégio maravilhoso dado por Deus de cuidar de pessoas, de ser um agente de reconciliação na comunidade cristã. Mas para que esta benção seja plena e se perpetue é necessário que o pastor cuide do maior presente que Deus lhe concedeu: sua família. Não são poucas as histórias de pastores que chegaram ao ápice de seus ministérios, ganharam fama, reconhecimento, mas infelizmente fracassaram no casamento ou na educação dos filhos. Fama, títulos, honrarias, não podem cobrir a benção de se ter um lar equilibrado e feliz.
Neste sentido, é vital que o pastor cuide bem de sua família. A manutenção da relação familiar é imprescindível para que o pastor tenha suporte para cuidar de outras pessoas. Sem esta manutenção, a autoridade espiritual do pastor fica comprometida. Sua pregação fica restrita a um discurso sem vida e sem relevância. Portanto, o pastor deve ser coerente no que se refere ao cuidado de sua esposa e seus filhos, do contrário ele não terá condições de governar a igreja de Deus (1Tm.3.2,4).
Para governar bem o lar é necessário discernimento, sabedoria, e disciplina. No afã de agradar as ovelhas e mesmo a liderança da igreja, alguns pastores em seu narcisismo, não tem coragem de dizer “não” às pessoas e circunstancias, e com isto acabam pondo em última instancia esposa e filhos. É preciso que o pastor tenha uma boa comunicação em casa, estabelecendo critérios que o ajudem a separar tempo para curtir e investir em sua família.
O pastor que se esmera em cuidar do “rebanho de casa” colhe frutos maravilhosos na sua caminhada. O pastor que tem a preocupação de amar sua esposa com amor sacrificial, considerando-a como parte mais frágil, tratando-a com dignidade, e exercendo uma liderança de servo, além de agradar a Deus, terá reflexos desta postura em seu ministério. Da mesma forma, quando o pastor trata seus filhos com carinho, dando-lhes a atenção devida, e acima de tudo, lhes dando exemplo, acabam ganhando o respeito e o orgulho de seus filhos.
Infelizmente alguns pastores tornam-se reféns do mito de que são perfeitos e que devem possuir famílias perfeitas. Acredito que devemos ser modelos de desenvolvimento para pessoas e não modelos de perfeição. Nossas mulheres, muitas vezes “sem nome” não precisam aderir ao status de “mulher maravilha”, que faz tudo e agrada a todos; mas devem ser mulheres, que acima de tudo, agradem a Deus, e cumpram seu papel no corpo de Cristo através dos dons e talentos que receberam. Da mesma forma nossos filhos devem ser vistos como pessoas normais, que enfrentarão naturalmente ao longo da vida, as dificuldades e alegrias da infância e da adolescência.
Para que a família do pastor seja resguardada de tantos ataques, sejam eles externos ou internos, é necessário que o pastor faça a devida manutenção do seu casamento, como também do relacionamento com seus filhos. Esta manutenção envolve atenção, altruísmo, renúncia, e acima de tudo sensibilidade ao universo da esposa e dos filhos.
Em suma, quando cuidamos do coração e da alma, e buscamos diligentemente a plenitude do Espírito, nossas esposas e filhos verão aquilo que está em nosso coração (Dt.6.6,7), e conseqüentemente desfrutaremos de um ministério mais pleno e feliz!.
Rev. Gilberto Pires de Moraes.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

“CELEBRAÇAO DA UNIDADE”

“a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste...” Jo. 17.21

Há um velho ditado que diz que “a união faz a força”. Um termo ainda mais forte e abrangente que união é unidade. Poderíamos exemplificar os dois termos pensando em “batatas”: num saco de batatas temos a “união”, no purê de batatas temos a “unidade”. A unidade é um dos traços mais lindos e singulares que existe na Igreja do Senhor Jesus. A unidade do Espírito nos ajuda a derrubar muros de separação, nos desafia a colocar nossos caprichos de lado, e a priorizar aquilo que é essencial e relevante! A unidade do Espírito nos habilita a praticar os mandamentos recíprocos (amai-vos, perdoai-vos, suportai-vos, etc). Deus deseja que a mutualidade seja uma viva realidade entre nós e que haja um esforço comunitário em preservamos a unidade no vinculo da paz (Ef.4.3).
A Igreja é composta de pessoas diferentes uma das outras. Esta diversidade é notória nos vários contextos familiares, na educação que cada um recebe, no convívio social, nos temperamentos, etc. Apesar de sermos tão diferentes em nossas características pessoais, temos uma mesma marca, um mesmo sangue, uma mesma cruz! Em sua oração sacerdotal, Jesus intercedeu junto ao Pai pela unidade dos Seus filhos (Jo.17.21). O apostolo Paulo ressalta que a todos nós foi dado beber de um só Espírito (1Co.12.13). Ou seja, como Corpo de Cristo, Deus deseja que sejamos bem “ajustados” e que haja uma justa cooperação de cada parte, buscando acima de tudo a edificação da Igreja e a glória de Deus (Ef.4.16).
O maior traço desta unidade na diversidade são os dons espirituais. Quando somos regenerados, somos selados com o Espírito Santo, recebemos dons espirituais (Ef.4.30). Os dons (karismata) são distribuições da graça (káris) de Deus e todos nós membros do corpo de Cristo recebemos pelo menos UM Dom espiritual. Os dons são diferentes dos talentos naturais. São qualidades para o serviço cristão que recebemos exclusivamente da parte de Deus. Quem distribui os dons é o Espírito Santo, e isto Ele faz como lhe apraz (1Co.12.11,18). Não podemos manipular o Espírito Santo quanto ao exercício dos dons espirituais, Ele é Deus, portanto, soberano em tudo que Faz.
Paulo em 1 Co.12.7, diz que a manifestação do Espírito é concedida a cada um visando sempre um fim proveitoso. Os dons não são para edificação própria, mas para a edificação do Corpo de Cristo. A idéia é que haja em nosso meio um corporativismo de posturas e atitudes. As igrejas que mais crescem têm como meta a compreensão e aplicação dos dons espirituais. Muitas igrejas hoje assumem posturas radicais quanto aos dons. Algumas tem “karisfobia” – ou seja, tem medo dos dons, temendo divisões e heresias, outros tem “karismania”, ou seja, possuem a mania de viver correndo atrás de experiências extraordinárias, que no fundo, pode significar uma busca por status e destaque no corpo de Cristo. Os dons buscados na perspectiva de glorificar a Deus e edificar a Igreja, abençoam toda a comunidade, nos tira do comodismo, da religiosidade, dos vícios que minam e destroem igrejas.
Você criança, adolescente, jovem, adulto e idoso, todos vocês, que são de Jesus possuem pelo menos um Dom espiritual. Qual é o seu Dom? Veja as listas de Ef.4.11-15; Rm.12.3-8 e 1 Co.12.1-11; 28-31. Você já descobriu seu Dom? Se não, você não sabe ainda a alegria que é servir a Deus! Não seja um crente platéia, não seja expectador, entre no jogo, adestre tuas mãos para a batalha, sirva a Deus de todo coração, de toda alma, com todas as forças, de todo ser. Em dias onde a Igreja tem caído na armadilha de viver em função de si mesma, em buscar apenas realização em coisas materiais, temos que redescobrir nossa verdadeira vocação, que é amar e servir a Deus com tudo o que somos e que temos. Entenda! Fomos criados para a glória de Deus.
Minha oração é que Deus derrame sobre nós um grande avivamento, que tenha como marcas a manifestação do fruto do Espírito (caráter) como dos dons espirituais (carisma). Busque compreender qual é a vontade de Deus para a sua vida. Busque discernir que dons Deus tem lhe dado, o que Ele requer de você em sua igreja, em sua casa, em seu trabalho, em sua escola. Sua vida com certeza vai mudar, vai ter mais sabor e propósito. Que Deus te abençoe e lhe ajude a ser útil em sua obra e a desfrutar plenamente do gosto da unidade. Amém!
Pr. Gilberto Pires de Moraes.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A IGREJA DOS MEUS SONHOS!

"E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão,
no partir do pão e nas orações..." At.2.42

Quando lemos o livro de Atos, somos confrontados com o testemunho de uma Igreja, que soube, pela graça de Deus, encarar as perseguições e mazelas de seu tempo. Esta igreja, além do testemunho de seus mártires que perderam suas vidas por amor a Jesus Cristo, destacou-se justamente em seu perfil comunitário. O doutor Lucas narra que “da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum...” (At.4.32). O texto acima nos mostra uma comunidade que pelo poder do Espírito Santo, superou o egoísmo, a ganância, e o individualismo, e vivenciou uma comunhão integral, manifesta no dia-a-dia, na partilha dos bens, na unidade do coração e da alma, onde tudo lhes era comum. Uma Igreja que de forma natural exalava o bom perfume de Cristo entre os seus contemporâneos.
O testemunho dos cristãos primitivos era empolgante. Isto porque não estavam restritos a uma religiosidade dominical, legalista e vazia. Pelo contrário, todos os que criam no Senhor Jesus, sentiam-se atraídos pela vida em comunhão, queriam estar juntos. O culto deles era diário, não estava separado da vida. A adoração era um estilo de vida compartilhado, cheio de celebração e festa (At.2.46). Expressavam uma amizade e camaradagem contagiante, de sorte que conquistavam a simpatia de todas as pessoas. E nesta “santa folia”, Deus acrescentava os que iam sendo salvos (At.2.47). Tudo isto acontecia num ambiente de amor e sacrifício, como resultado do temor de Deus que fora derramado abundantemente nos corações e mentes daquela gente. Este era basicamente o perfil da Igreja Primitiva, uma igreja perseguida, perseverante nas Escrituras, na comunhão, no partir do pão e nas orações. Uma igreja que não foi idéia ou criação de algum homem ou guru religioso, nem resultado de qualquer estratégia de marketing, mas uma Igreja levantada pela graça e pelo poder de Deus.
Seria uma utopia pensarmos em uma igreja assim, em um tempo tão difícil como o nosso? Será que temos condições de perseverar na Palavra, Comunhão e Oração como eles perseveravam? Será que podemos expressar um testemunho tão convincente, que leve nossos vizinhos a desejarem estar conosco? Será que podemos ver a presença de Deus de forma tão poderosa ao ponto de ninguém precisar dizer que Deus está entre nós?
Diante destas perguntas, posso afirmar, com toda convicção, que enquanto o Espírito Santo de Deus estiver entre nós, tudo isto é possível acontecer. Jesus prometeu que estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos, e afirmou que Ele é o mesmo ontem, hoje e o será eternamente. Aleluia! Portanto, me sinto no direito de sonhar. Sonhar com uma igreja que expresse o próprio sonho de Deus quando a elegeu e a comprou com o Seu sangue.
A Igreja dos meus sonhos é uma igreja Bíblica, Cristocêntrica, cheia do Espírito Santo, convincente em seus atos e palavras. A Igreja dos meus sonhos é uma igreja que vive o evangelho de forma integral, buscando salvar todo o homem e o homem todo. A igreja de meus sonhos é uma igreja contextualizada, autóctone (tupiniquim) que interprete os anseios de seu tempo e de sua gente, uma igreja que conheça as dores e os anseios do lugar onde ela está inserida. A Igreja dos meus sonhos é uma igreja cheia de misericórdia, uma igreja que seja “colo” e abrigo, para os desamparados e caídos. A Igreja dos meus sonhos é uma igreja cuja adoração a Deus, ritmada por cânticos, orações e palavras revele coerência na forma como os crentes desenvolvem seus relacionamentos. A Igreja dos meus sonhos é uma igreja onde a comunhão dos crentes é marcada pelo amor, pelo perdão e pelo espírito de reconciliação onde Deus ordena a Sua bênção e a vida para sempre. A Igreja dos meus sonhos é uma igreja evangelística que abomina o pecado, mas que ama o pecador. A Igreja dos meus sonhos é uma igreja sem fronteiras que leva o evangelho do Reino a todas as gentes, povos, raças e etnias. A Igreja dos meus sonhos é uma igreja onde o “ter” não é preponderante ao “ser”, onde Deus não é servido pelo que Ele poder dar, mas acima de tudo pelo que Ele É. A Igreja dos meus sonhos é uma igreja adoradora, onde a alegria e o viver santo são marcas de sua celebração. Finalmente, a igreja dos meus sonhos é uma igreja real, eleita e conhecida pelo seu noivo, Jesus Cristo. Uma Igreja, que um dia estará diante daquele que deu a sua vida por ela, a fim de apresenta-la, a si mesmo, sem mancha, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e sem defeito (Ef.5.27).
Concluindo, quero dizer que somos do tamanho de nossos sonhos. A vida não nos isenta de pesadelos, mas Deus é aquele que pode trazer a existência as coisas que não existem, restaurando nossos sonhos e propósitos. Para que nossos sonhos se realizem dependemos tão somente da GRAÇA de Deus, pois sem Ele nada podemos fazer. Eu e você como “pedras vivas” deste grande edifício chamado Igreja somos desafiados a vivenciar o sonho de Deus. Se Você está disposto a sonhar, e a fazer de seus sonhos projetos que visem a glória de Deus, trabalhe para que o sonho de Deus se concretize entre nós neste novo ano que se inicia, amando e priorizando ao Senhor, servindo e abençoando vidas. Que Deus assim nos ajude. Amém.

Rev. Gilberto Pires de Moraes.